Conheça o projeto

“A memória coletiva é apontada como um cimento indispensável à sobrevivência das sociedades, o elemento de coesão que garante a permanência e a elaboração de um futuro”

Mílton Santos, A Natureza do Espaço (2020, p. 329).

O que é a Trilha da Memória

O projeto “Trilha da Memória” consiste em promover a reflexão e recontar a história do bairro de Perus de forma lúdica e criativa, comemorando 60 anos da luta dos Queixadas através de duas Intervenções Artísticas: Queixadas Parade e Reemplaca Memo(ria).

A memória marca o reencontro do passado com as relações sociais, culturais e econômicas nas quais vivemos. A importância do símbolo na construção dessa memória resgatada contribui para a construção de uma identidade. O símbolo é a marca que se distingue de outras realidades. Essa memória se enraíza no concreto, no espaço, no coletivo, e quando passa a se difundir no interior de uma classe social, se alimentando de imagens, sentimentos, ideias e valores, cria uma identidade para aquele grupo, amplamente trabalhada pela ideologia vigente. Estamos diante da chamada memória coletiva, abordada pela psicologia social, um campo de estudo que abrange o tempo vivido, conotado pela cultura e pelo indivíduo.

Nas grandes cidades existem diversas formas de perpetuar a memória coletiva, entre elas a construção de monumentos, estátuas, e também, mais comum, o nome das ruas, com a ideia de garantir a lembrança da vida da cidade em outros tempos, comemorar personagens e acontecimentos e celebrar o passado. Nomear é um instrumento de poder e os nomes estão sempre ligados a uma memória coletiva. Partindo dessa ideia, podemos pensar que a memória coletiva dialoga com a história. Portanto, quando se dá um nome, é fixada uma memória coletiva que nunca é neutra e representa determinados interesses sociais, coletivos e de grupos específicos.

No bairro de Perus, periferia da cidade de São Paulo, a Fábrica de Cimento Portland Perus, criada em 1924, é uma marca importante desta história. Suas instalações ainda podem ser vistas de diferentes pontos do bairro, por estar em uma área de baixada, próxima à ferrovia. Mesmo inativa e abandonada, ela ainda representa uma importante marca na paisagem para toda população, por ser a primeira fábrica de cimento do Brasil, onde aconteceu a maior greve operária de trabalhadores, que se estendeu por sete anos. O nome “Os Queixadas” foi o apelido dado a esses trabalhadores, fazendo alusão a uma espécie de porco do mato selvagem, que sempre lutava em conjunto contra seu inimigo, remetendo à persistência do grupo.

Duração

A exposição “Queixadas Parade” e a “Reemplaca Memo(ria)” terá duração de 04 meses, com início previsto para dia 13/05/2022 e encerramento no aniversário do bairro de Perus.

Realização

A Comunidade Cultural Quilombaque atua no bairro de Perus desde 2005 de forma independente e autônoma, proporcionando aos moradores do bairro oportunidades
culturais e de lazer, para que eles próprios consigam descobrir perspectivas empreendedoras e emancipatórias no lugar onde moram.

Este projeto foi contemplado pelo edital PROAC 13/2021 – Artes Visuais/ Produção (Presencial ou Online) do Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Este projeto não faz parte campanha publicitária ou promocional.

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